Especial Filmes: Godzilla e Outros Kaijus

Godzilla


Lançado em 1954 pela Toho Studios, Godzilla (Gojira) é um filme sobre um lagarto radioativo gigante que vivia na Terra muito antes da humanidade, e, após milênios submerso no Oceano Pacífico, é perturbado pelos testes nucleares conduzidos por americanos na região, o que faz com que volte à superfície provocando destruição por onde passa, a caminho de Tóquio.

A Criação de Godzilla

O produtor Tomoyuki Tanaka teve a ideia do filme ao ver as notícias sobre o incidente do Daigo Fukuryu Maru, um barco de pesca japonês que foi contaminado pelos resíduos dos testes nucleares realizados no Atol de Bikini naquele mesmo ano. Os então recentes bombardeios atômicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, causavam muito medo da radiação, especialmente na população japonesa, e isso, junto com o sucesso do relançamento de King Kong em 1952 e da recente estreia de um outro filme de lagarto gigante, O Monstro do Mar (The Beast from 20,000 Fathoms, de 1953), deu a Tanaka a confiança de que Godzilla teria apelo junto ao público, e, de fato, foi um sucesso sem precedentes, inaugurando a franquia mais duradoura da história do cinema, com mais de 30 filmes atualmente!

Godzilla Poster

Godzilla, o lagarto radioativo, é claramente uma metáfora para as armas nucleares, tendo as características assustadoras de uma bomba atômica. O nome é uma romanização do original japonês Gojira, que é uma combinação dos termos japoneses "gorira", cujo significado é "gorila", e "kujira", que significa "baleia". A princípio, o diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburaya pensava em dar ao monstro a aparência de um polvo gigante, até que sua equipe chegou à ideia de um gorila marinho gigante e, por fim, uma espécie de dinossauro com placas nas costas.

Em lugar de usar animação stop-motion, Tsuburaya desenvolveu para o filme uma técnica chamada suitmation, em que um dublê usa um traje especial para representar a criatura gigante e interage com maquetes. O filme inaugurou o gênero tokusatsu e, ao mesmo tempo, o sugênero kaiju, ambos conhecidos pelo uso dessa técnica. O termo "tokusatsu" é uma abreviação em japonês para "tokushu kouka satsuei", que significa "filme de efeitos especiais" mas, na prática, se refere especificamente ao estilo japonês de filmes e seriados de ficção científica, terror, fantasia ou super-heróis. Já o termo "kaiju" significa literalmente "besta estranha", mas costuma ser traduzido como "monstro" e se refere geralmente aos monstros gigantes vistos em tokusatsus.

Para conquistar credibilidade, Ishiro Honda dirigiu Godzilla com o tom sério de um documentário. Tendo lutado na guerra, o diretor foi considerado o ideal para o tema anti-nuclear do filme, e acabou se especializando em tokusatsus.

A Era Showa

Godzilla 1954

Assim teve início a primeira fase da franquia. Essa fase foi chamada de Era Showa, justamente por ter sido produzida durante o Período Showa do Japão, em que o país era governado pelo Imperador Hirohito. Foi formada por quinze longas estrelados por Godzilla, que, em conjunto com os vários filmes estrelados por outros kaijus da Toho, além de uma série de TV, constituiu praticamente universo compartilhado já nos moldes do Universo Cinematográfico Marvel, com crossovers constantes.

Anguirus

A primeira continuação de Godzilla, intitulada Godzilla Contra-Ataca (Gojira no Gyakushu, de 1955, dirigida por Motoyoshi Oda) foi também o primeiro filme da série a mostrar dois kaijus lutando entre si, com o monstro Anguirus, semelhante a um anquilossauro ou uma tartaruga gigante, como o adversário do lagarto.

Rodan

Ishiro Honda voltou aos kaijus com o clássico Rodan!... O Monstro do Espaço (Sora no Daikaiju Radon, de 1956), o primeiro filme colorido do gênero, sobre um monstro semelhante a um pteranodonte (que é de onde vem seu nome original, Radon). O longa não tem Godzilla, mas é importante para a franquia, pois o kaiju Rodan se tornaria um coadjuvante frequente dos filmes do lagarto.

Mothra

Em 1961, Honda lançou outro clássico kaiju, Mothra, a Deusa Selvagem (Mosura), sobre uma mariposa gigante, que se tornaria o segundo kaiju mais popular depois de Godzilla, sendo inclusive um dos monstros homenageados na animação Monstros vs. Alienígenas (Monsters vs. Aliens, de 2009, uma sátira aos filmes de terror e ficção científica dos anos 50 e 60).


No ano seguinte, fez King Kong vs. Godzilla (Kingu Kongu tai Gojira), o terceiro filme de Godzilla e o primeiro a juntar os dois monstros gigantes mais famosos do cinema, sendo também a primeira aparição de ambos a cores.

Em seguida, lançou Godzilla Contra a Ilha Sagrada (Mosura tai Gojira, de 1964), o quarto filme de Godzilla e o primeiro em que o lagarto contracenou com a mariposa Mothra.

Ghidrah

Também de Honda, o quinto filme de Godzilla foi Ghidrah, O Monstro Tricéfalo (Sandai Kaiju - Chikyu Saidai no Kessen, de 1964), em que o lagarto enfrentou pela primeira vez seu arqui-inimigo, um monstro extraterrestre gigante com a aparência de um dragão de três cabeças, que no original em japonês é chamado de Gidora em referência à Hidra, o famoso monstro de várias cabeças da mitologia grega (Hidra em japonês é pronunciado "Hidora", de modo que, para formar o nome Gidora, apenas trocou-se o "h" pelo "g" de Gojira). O nome, na época, foi traduzido para Ghidrah tanto na versão estadunidense quanto na brasileira, ainda deixando clara a referência à Hidra, até a tradução ser alterada, décadas mais tarde, para o atual nome Ghidorah, que dificilmente faz lembrar a Hidra. O filme também marcou a segunda aparição de Rodan e a terceira de Mothra, ambos, desta vez, apoiando Godzilla na luta contra Ghidrah.

Xiliens

Do mesmo diretor, A Guerra dos Monstros (Kaiju Daisenso, de 1965) mostrou extraterrestres humanoides pela primeira vez na série, os Xiliens, do misterioso Planeta X, que conheciam Ghidrah como Monstro Zero. Godzilla e Rodan novamente se uniram contra o monstro.


Jun Fukuda assumiu a direção no sétimo filme, Ebirah, Terror dos Abismos (Gojira, Ebira, Mosura Nankai no Daiketto, de 1966), que havia sido planejado para ser estrelado pelo King Kong, mas, em vez disso, acabou tendo Godzilla enfrentando o crustáceo gigante Ebirah. Foi aí que o tom da franquia mudou de vez, indo do terror do primeiro filme à aventura com ares de comédia destinada ao público infantil. De vilão, Godzilla já estava se tornando um amistoso anti-herói e, por fim, virou uma espécie de super-herói antropomórfico.

Minilla

O lagarto chegou a ganhar um filho (nunca foi explicado se adotivo ou biológico), o bebê kaiju Minilla, em O Filho de Godzilla (Kaiju-to no Kessen - Gojira no Musuko, de 1967, o oitavo da série, também de Fukuda), que trouxe ainda, pela primeira vez, a famosa Ilha dos Monstros, apresentada como o lar dos kaijus ou um local controlado pelo governo japonês, dependendo do filme. O motivo de inserir Godzilla numa ilha, claro, foi econômico, pois saía mais barato construir esse cenário do que as maquetes de prédios a serem destruídos pelo monstro.

O Despertar dos Monstros

A ilha ganhou especial importância no filme seguinte, O Despertar dos Monstros (Kaiju Soshingeki, de 1968, dirigido por Honda e lançado nos EUA com o chamativo título Destroy All Monsters, que pode ser traduzido como "Destrua Todos os Monstros"), em que, no então distante ano de 1999, os extraterrestres Kilaaks controlaram as mentes dos kaijus confinados na ilha e os libertaram de lá para que atacassem grandes cidades. Planejado para ser o último da franquia, o filme trouxe de volta o Anguirus, agora amigo de Godzilla, e quase todos os outros kaijus desenvolvidos pela Toho até então.

A Vingança de Godzilla

Como a Toho queria lucrar mais com o lagarto, em 1969 foi lançado A Vingança de Godzilla (Gojira-Minira-Gabara - Oru Kaiju Daishingeki, dirigido por Honda, que aqui acabou tendo que fazer também os efeitos especiais). Considerado o pior filme da série, tem como protagonista um garotinho que sofre bullying e, em seus sonhos, visita a Ilha dos Monstros, tornando-se amigo do Minilla.

Godzilla vs. Hedora

Então veio o filme mais bizarro da série, Godzilla vs. Hedora, (Gojira tai Hedora, de 1971), do diretor estreante Yoshimitsu Banno, que, com um kaiju feito de poluição, mistura momentos educativos com outros surreais, outros de violência gore, trechos em desenho animado e uma música de abertura ao estilo 007!

Godzilla vs. Gigan

Descontente com o filme anterior, o produtor chamou Fukuda de volta para dirigir uma aventura mais tradicional, Godzilla vs. Gigan, (Chikyu Kogeki Meirei - Gojira tai Gigan, de 1972), com um kaiju ciborgue dotado de lâminas em lugar de braços.

Jet Jaguar

O 13º filme da série, também de Fukuda, na verdade é estrelado por um robô gigante humanoide chamado Jet Jaguar, um misto de Ultraman com Spectreman, aproveitando a moda das séries tokusatsu da TV japonesa, e quase se chamou Jet Jaguar vs. Megalon, mas o estúdio achou que seria mais rentável colocar o famoso lagarto na fita e o chamou de Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, de 1973).

Zone Fighter

Não contente com isso, a Toho ainda lançou uma típica série tokusatsu chamada Zone Fighter (Ryusei Ningen Zon, de 1973), sua resposta televisiva à franquia de super-heróis japoneses Ultraman, com uma família de heróis gigantes muito semelhantes à Família Ultra, mas com uma diferença significativa: eles contracenavam com Godzilla e outros kaijus da produtora!


Finalmente, comemorando seus 20 anos, o 14º filme da série do lagarto trouxe uma melhora na qualidade lhe dando um sósia mecha, o Mechagodzilla. Chamou-se Godzilla vs. Mechagodzilla (Gojira tai Mekagojira, de 1974, dirigido por Fukuda), sendo mecha um termo criado no Japão para se referir a robôs gigantes e ao subgênero da ficção científica centrado neles.

Após o relativo fracasso do filme seguinte, Terror de Mechagodzilla (Mekagojira no Gyakushu, de 1975, dirigido por Honda), a franquia sofreu um longo hiato.

A Era Heisei

Godzilla voltou apenas em 1984 com o reboot O Retorno de Godzilla (Gojira, dirigido por Koji Hashimoto), uma sequência direta do original de 1954, que, trazendo de volta o clima de terror daquele filme e ignorando todos os outros da franquia até então, deu início à chamada Era Heisei, embora tenha sido lançado cinco anos antes do reinado do novo imperador, Akihito. Essa fase foi constituída por sete filmes, cada um continuando a história do anterior, com muito mais coesão do que se viu na Era Showa.

Godzilla versus Biollante

Um dos destaques foi a introdução de um kaiju inédito no segundo filme da fase, Godzilla vs. Biollante (Gojira tai Biorante, de 1989, dirigido por Kazuki Omori). O aterrador Biollante, que até hoje só apareceu nesse filme, é um monstro surgido da fusão das células do Godzilla com uma planta (lembrando a planta carnívora monstruosa de A Pequena Loja dos Horrores).

Os filmes seguintes trouxeram de volta figuras conhecidas da franquia. Godzilla vs. King Ghidorah (Gojira tai Kingu Gidora, 1991, mesmo diretor) foi o filme em que Ghidrah passou a ser chamado oficialmente de King Ghidorah no Ocidente. Então vieram Godzilla vs. Mothra (Gojira tai Mosura, de 1993) e Godzilla vs. Mechagodzilla II (Gojira tai Mekagojira, de 1993), ambos dirigidos por Takao Okawara. Esse último trouxe de volta o filho de Godzilla, dessa vez chamado de Baby Godzilla.

Space Godzilla

Godzilla vs. Space Godzilla (Gojira tai SupesuGojira, de 1994, dirigido por Kensho Yamashita) introduziu mais um novo kaiju, uma versão espacial do Godzilla.

Godzilla vs. Destoroyah

A fase terminou com Godzilla vs. Destoroyah (Gojira tai Desutoroia, de 1995, dirigido por Okawara), que, além do novo kaiju Destoroyah, apresentou o filho de Godzilla mais crescido, agora chamado de Godzilla Junior, e terminou com a suposta morte de Godzilla.

O Primeiro Reboot Hollywoodiano

Eis que, em 1998, foi lançado pela TriStar e distribuído pela Sony o primeiro reboot hollywoodiano de Godzilla, dirigido pelo especialista em filmes-catástrofe Roland Emmerich (de Independence Day) e estrelada por Matthew Broderick (o eterno Ferris Bueller de Curtindo a Vida Adoidado). Esse reboot eu fui ver no cinema, e, honestamente, achei decepcionante, assim como a maioria dos fãs do lagarto, embora eu mesmo não pudesse ser considerado um fã, já que foi o primeiro filme dele que eu vi.

Godzilla 1998

Para começar, o visual do lagarto no filme, apresentado como uma iguana mutante, mais esguia e supostamente mais realista, é desinteressante se comparado ao do original japonês. Nem parece o mesmo personagem. Parece mais um dinossauro qualquer. E a trama toda é sem graça, não apenas no sentido do humor (um desperdício do talento cômico de Broderick), mas da própria ação, com a iguana mutante previsivelmente atacando Nova York, com uma revelação bombástica no final que acaba mais desagradando do que emocionando, justamente porque se desvia demais do Godzilla original.

Apesar disso, inspirou uma série animada bem legal chamada Godzilla - A Série (Godzilla - The Series), que, lançada no mesmo ano pela Fox Kids, foi exibida no Brasil pela Globo dentro do programa Angel Mix em 1999. O personagem de Broderick no filme, Dr. Nick Tatopoulos, aparece na animação como o líder de uma equipe de pesquisadores que enfrentam monstros gigantes e são ajudados pelo filhote da iguana mutante do filme.

Godzilla A Série

O nome do personagem, aliás, é uma homenagem ao designer de produção Patrick Tatopoulos, que trabalhou com Roland Emmerich em Godzilla e vários outros filmes. A TriStar planejava uma trilogia de filmes, tanto que até comprou os direitos sobre outros kaijus da Toho para usá-los nas continuações, mas acabou desistindo do projeto, e os direitos sobre os personagens voltaram para a Toho.

A Era Millennium

Godzilla versus Orga

Foi aí que, por demanda dos fãs, teve início a terceira fase da franquia japonesa, denominada Era Millennium, começando por Godzilla 2000 - Millennium (Gojira Nisen - Mireniamu, de 1999, dirigido por Takao Okawara), em que o lagarto enfrenta Orga, um novo kaiju que lembra um pouco o Godzilla da TriStar, de modo que o embate pode ser interpretado como um enfrentamento entre o Godzilla original e o hollywoodiano. Essa fase foi marcada pela ausência de continuidade, compreendendo seis filmes com poucas novidades.


Godzilla vs. Megaguirus (Gojira tai Megagirasu, de 2000) foi o segundo filme da fase, com direção de Masaaki Tezuka e um novo kaiju alado, Megaguirus.

Seguiram-se Godzilla, Mothra and King Ghidorah - Giant Monsters All-Out Attack (Gojira, Mosura, Kingu Gidora - Daikaiju Sokogeki, de 2001, dirigido por Shusuke Kaneko) e mais dois filmes de Tezuka, Godzilla vs. Mechagodzilla (Gojira x Mekagojira, de 2002) e Godzilla - Tokyo S.O.S. (Gojira x Mosura x Mekagojira - Tokyo Esu O Esu, de 2003).

Godzilla Final Wars

O último da fase, Godzilla - Final Wars (Gojira - Fainaru Wozu, de 2004, dirigido por Ryuhei Kitamura), foi lançado em comemoração aos 50 anos de Godzilla, trazendo o retorno de vários atores e kaijus de filmes anteriores da franquia, incluindo o próprio Godzilla da TriStar, que recebeu o nome de Zilla (Jira, no original) e, a partir daí, passou a ser considerado não mais como uma versão de Godzilla, mas como um outro personagem.

Outros Kaijus

Furankenshutain

É claro que, além dos kaijus citados aqui, existem muitos outros, tanto da Toho quanto de outros estúdios. Existe até uma versão kaiju do Monstro de Frankenstein, visto num filme da própria Toho chamado Frankenstein Contra o Mundo (Furankenshutain tai Baragon, de 1965, dirigido por Ishiro Honda). Esse Monstro de Frankenstein de proporções gigantescas nunca contracenou com Godzilla, mas o filme também marcou a estreia do kaiju Baragon, que depois apareceu em filmes do lagarto. Pode-se dizer que todos os filmes da Toho fazem parte de um universo compartilhado.

Gamera

Fora desse universo mas ainda no cinema japonês, a produtora Daiei (conhecida como Kadokawa Daiei desde que foi comprada pela corporação Kadokawa nos anos 70), concorrente da Toho, foi responsável pela criação de outro kaiju bastante famoso, Gamera, que, assim como o Anguirus, tem a aparência de uma tartaruga gigante. O Gamera apareceu pela primeira vez no filme Grande Monstro Gamera (Daikaiju Gamera, de 1965, dirigido por Noriaki Yuasa), e passou por uma trajetória semelhante à do Godzilla, passando de vilão para um guardião da humanidade ao longe dos anos. Já esteve em 12 filmes, sendo o mais recente de 2006. Seus filmes também são divididos em eras, sendo os oito primeiros pertencentes à Era Showa e os demais à Era Heisei, quando houve um reboot.

Cloverfield

Já em 2008, um filme original americano de kaijus intitulado Cloverfield foi lançado, com produção de J. J. Abrams e Bryan Burk (ambos vindos do seriado Lost) e direção de Matt Reeves (do próximo filme do Batman). O diferencial do filme é seguir a linha de A Bruxa de Blair, que consagrou o gênero found footage, caracterizado por simular o que seria um filme amador perdido que registra algo perturbador. Também vi Cloverfield no cinema, e de fato o clima me agradou! Até o momento, ganhou duas continuações, também coproduzidas por Abrams: o ótimo Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, de 2016) e o mais fraco O Paradoxo Cloverfield (The Cloverfield Paradox, de 2018, lançado pela Netflix).

Círculo de Fogo

Guillermo del Toro (diretor de O Labirinto do Fauno), por sua vez, lançou em 2013 o divertido Círculo de Fogo (Pacific Rim), que também não tem qualquer vínculo com King Kong ou Godzilla, mas foi uma grande homenagem aos gêneros kaiju e mecha, renovando o interesse por esses gêneros ao mostrar uma intensa batalha entre kaijus e mechas pelo mundo todo. Foi outro que adorei ver no cinema! Produzido pela Legendary Entertainment com distribuição da Warner Bros., o longa chegou a ter uma continuação em 2018 chamada Círculo de Fogo - A Revolta (Pacific Rim: Uprising), desta vez com distribuição da Universal e apenas coproduzido por del Toro.

Godzilla no MonsterVerse

Godzilla 2014

E assim chegamos ao mais novo reboot hollywoodiano da franquia Godzilla e ao mesmo tempo de King Kong pela mesma Legendary Entertainment, com distribuição da mesma Warner Bros., um ambicioso projeto de universo compartilhado nos moldes do Universo Cinematográfico Marvel, que recebeu o nome de MonsterVerse e foi lançado em 2014. Falarei mais do MonsterVerse na minha próxima resenha, que será específica sobre isso!

A Era Reiwa

Shin Godzilla

Já em 2016, o elogiado Shin Godzilla (codirigido por Hideaki Anno e Shinji Higuchi, respectivamente diretor e artista de storyboard do anime Neon Genesis Evangelion) trouxe o Godzilla com o design mais apavorante de todos os tempos, dando início à chamada Era Reiwa, a quarta fase da franquia no Japão, embora tenha sido lançado três anos antes do reinado do mais novo imperador, Naruhito. O novo reboot faz referência ao acidente nuclear de Fukushima I e ao sismo e tsunami de Tohoku de 2011.

Godzilla Planeta dos Monstros

Foi seguido por uma trilogia de animes em forma de longa-metragem produzidos pela Toho em parceria com o estúdio japonês de animação Polygon Pictures para ser distribuído pela Netflix: Godzilla - Planeta dos Monstros (Gojira - Kaiju Wakusei, de 2017); Godzilla Parte 2 - Cidade no Limiar da Batalha (Gojira - Kessen Miho Zoshoku Toshi, de 2018) e Godzilla Parte 3 - O Devorador de Planetas (Gojira - Hoshi o Kuu Mono, do mesmo ano), este último sendo o 34º longa da franquia, contando todos os da Toho e os dois filmes hollywoodianos produzidos até então. Apesar de fazer parte da Era Reiwa, A trilogia não tem relação com Shin Godzilla, sendo ambientada numa realidade alternativa em que, 20 anos após se exilar no espaço, a humanidade tenta retomar a Terra dominada por kaijus.

Godzilla versus Cthulhu

Cthulhu

Há um quê de H.P. Lovecraft nos monstros da Toho. Assim como o Cthulhu da obra do escritor de terror, Godzilla é um ser anfíbio gigantesco e mais antigo do que o ser humano que, ao despertar de seu sono de milênios, pode causar o fim da humanidade.

Uma diferença crucial é que o Cthulhu não sai destruindo cidades e enfrentando outros monstros. Cthulhu é mais discreto e muito mais horrível. Seu horror é mais psicológico do que físico. Ele permanece no fundo do oceano, e a mera percepção de sua existência é capaz de enlouquecer uma pessoa, pois percebe-se que um ser humano é apenas um inseto diante de qualquer um dos Grandes Antigos. Eles nos destruiriam sem nem perceber que existimos. Se um dia eles voltarem de seu exílio, estamos ferrados!

Já os kaijus da Toho também são grandes, mas não fazem muito mais do que andar a esmo derrubando prédios. A humanidade até consegue derrotá-los.

Donkey Kong versus Bowser

De qualquer modo, assim como foram influenciados pelo King Kong, o Godzilla e os outros kaijus da Toho influenciaram toda a cultura pop japonesa, do vilão Bowser do Super Mario (que parece o Anguirus ou o concorrente Gamera) aos pokémons (que parecem uma versão reduzida dos kaijus, sendo que alguns pokémons são até bem grandes também), sem falar no Donkey Kong, o primeiro vilão do Mario, claramente inspirado no King Kong (que, apesar de sua origem americana, acabou se tornando um kaiju da Toho também).

E, assim como foi influenciada pela cultura pop americana, a cultura pop japonesa a influenciou fortemente de volta!

Gigantamax Charizard

Sua Vez!

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