Especial Filmes: O MonsterVerse da Legendary Entertainment

MonsterVerse


Esta resenha deve concluir o que elaborei nas minhas duas resenhas anteriores, em que contei a história de King Kong, Godzilla e outros kaijus no cinema e na TV, e falei das minhas impressões sobre como esses monstros gigantes têm sido retratados. Agora falarei do mais novo reboot hollywoodiano da franquia Godzilla e ao mesmo tempo de King Kong pela Legendary Entertainment, com distribuição da Warner Bros., um ambicioso projeto de universo compartilhado nos moldes do Universo Cinematográfico Marvel, que recebeu o nome de MonsterVerse.

O Godzilla de 2014

Godzilla 2014

O MonsterVerse começou com o Godzilla de 2014, dirigido por Gareth Edwards (de Rogue One - Uma História Star Wars), com um elenco estelar que inclui Bryan Cranston (do excelente seriado Breaking Bad), a francesa Juliette Binoche (de A Liberdade É Azul) e a dupla Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen (os irmãos Mercúrio e Feiticeira Escarlate do Universo Cinematográfico Marvel, aqui como um casal).

O Godzilla em si não aparece muito no filme, que é mais centrado na perspectiva humana em torno de sua aparição, mas o longa se destaca justamente pelo aspecto emocional, além do respeito à obra original e os ótimos efeitos especiais supervisionados por Jim Rygiel (da trilogia O Senhor dos Anéis), que evitou usar computação gráfica exceto nas cenas com kaijus.

MUTOs

Bem diferente do Godzilla hollywoodiano de 1998, o lagarto desse filme assume o papel de anti-herói que já vinha tendo nos longas japoneses, aterrorizando a humanidade a princípio mas também mostrando-se como uma possível salvação ao enfrentar outros kaijus ainda mais aterrorizantes, os MUTOs (sigla para Massive Unidentified Terrestrial Organism ou, em português, Organismo Terrestre Massivo Não-Identificado), monstros que se alimentam de radiação, criados especialmente para o longa.

Kong - A Ilha da Caveira

Kong A Ilha da Caveira

Dando prosseguimento ao novo universo compartilhado, em 2017 saiu o novo reboot de King Kong, intitulado Kong - A Ilha da Caveira (Kong - Skull Island), dirigido por Jordan Vogt-Roberts (que atualmente está dirigindo uma adaptação cinematográfica da série de videogames Metal Gear) e mais uma vez apostando num elenco de caras conhecidas do Universo Cinematográfico Marvel, com Samuel L. Jackson (o Nick Fury), Tom Hiddleston (o Loki) e Brie Larson (a Capitã Marvel).

Kong A Ilha da Caveira Elenco

Desta vez ambientado nos anos 70, o longa abandona o enredo do King Kong original para, em vez disso, mostrar uma equipe de cientistas e militares em busca de criaturas primitivas na ilha do título, onde encontram gigantescos seres reptilianos e o famoso gorila, que se revela também um anti-herói, interpretado pelo ator e dublê Terry Notary e, em algumas cenas, por Toby Kebbell (do episódio The Entire History of You do seriado Black Mirror), através da tecnologia de captura de movimentos já consagrada para personagens digitais. O filme é menos dramático do que o Godzilla de 2014, mas é até mais divertido!

Godzilla II - Rei dos Monstros

Godzilla II Rei dos Monstros

Com o sucesso de ambos os longas, em 2019 saiu um terceiro, Godzilla II - Rei dos Monstros (Godzilla - King of the Monsters, dirigido por Michael Dougherty, antes mais conhecido como roteirista de filmes como X-Men 2), estrelado por Kyle Chandler (do antigo seriado Early Edition), Vera Farmiga (a Lorraine Warren da franquia Invocação do Mal), Millie Bobby Brown (a Onze de Stranger Things) e Charles Dance (o Tywin Lannister de Game of Thrones).

Nesse filme o Godzilla já aparece bastante, e descobertas sobre ele e outros kaijus são explicadas com mais detalhes pelos cientistas da Monarca (no original, Monarch), uma organização secreta que, embora na franquia seja dedicada basicamente a investigar kaijus, é claramente inspirada num projeto secreto científico (ou pseudocientífico) real do governo dos EUA, o extremamente antiético MKUltra, que, tendo atuado de 1953 a 1973 sob ordens da CIA, também inspirou o seriado Stranger Things e, segundo teorias da conspiração, continua ativo até hoje sob o nome de Monarch.

Mothra, Rodan e Ghidorah no MonsterVerse

Ghidorah, Rodan, Mothra e Godzilla

Na franquia, Ken Watanabe (de O Último Samurai) é o Dr. Ishiro Serizawa (uma referência ao nome do diretor do Godzilla de 1954 e ao sobrenome de um de seus personagens), que defende a hipótese de que Godzilla e outros kaijus sejam benignos, uma espécie de sistema de segurança da Terra para proteger a natureza e, por consequência, proteger a própria humanidade de si mesma e dos kaijus mais nocivos. Os kaijus são apelidados de titãs, e estariam na terra desde muito antes da humanidade, sendo considerados como deuses ou monstros pelos humanos que conviveram com eles no passado e, depois, tendo passado milênios em hibernação.

Behemoth

Há vários deles em Godzilla II, a começar pelos mais famosos monstros da Toho: o próprio Godzilla, Mothra, Rodan e Ghidorah! A Legendary não chegou a obter os direitos para uso de outros monstros da produtora japonesa, como o Anguirus, mas soube contornar isso muito bem criando seus próprios kaijus para contracenarem com os quatro principais, como Behemoth (similar a um mamute), Scylla (similar a uma aranha) e Methuselah (similar a uma montanha). Contando com a aparição de um novo MUTO, são oito titãs no total.

Scylla

O diretor do Godzilla de 2014 havia expressado interesse em dirigir uma continuação inspirada em O Despertar dos Monstros (Kaiju Soshingeki, de 1968, o nono filme de Godzilla), e, embora ele tenha saído do projeto, Godzilla II acabou sendo basicamente isso. Quem queria ver mais lutas entre kaijus no filme de 2014 vai ver que o de 2019 tem isso de sobra!

Methuselah

De quebra, assim como nos filmes anteriores do MonsterVerse, os créditos e as manchetes de jornal que aparecem na tela são lotados de easter eggs que ampliam a visão do público mais atento sobre o universo compartilhado que estão construindo, com referências a kaijus que ainda não apareceram, como Sekhmet, Amhuluk, Bunyip e Typhon, e até uma ossada de kaiju que lembra muito o Anguirus. A Ilha da Caveira aparentemente fará no MonsterVerse o mesmo papel feito pela Ilha dos Monstros nos clássicos da Toho, um local que serviria como lar para muitos kaijus e portanto facilitaria o estudo científico desses monstros.

Godzilla vs. Kong

Godzilla versus Kong Poster

Dependendo do sucesso de Godzilla vs. Kong, o próximo filme do MonsterVerse, a ser lançado em 21 de maio de 2021 (inicialmente teria sido em 20 de novembro de 2020, mas houve um adiamento devido à pandemia de Covid-19), esse universo compartilhado ainda pode contar muitas histórias, mostrando os kaijus que ainda não apareceram, detalhando suas histórias e talvez até mesmo inserindo outros kaijus da Toho no cenário, pois a Legendary ainda pode obter os direitos para uso deles.

Godzilla vs. Kong deve ser uma espécie de remake do clássico King Kong vs. Godzilla dentro do contexto do MonsterVerse, o que é muito bem-vindo, pois, tendo os efeitos especiais como seu principal atrativo, King Kong vs. Godzilla é o tipo de filme que vale um remake com efeitos especiais melhores e roteiro mais trabalhado, como muitos filmes da Era Showa da Toho. Caso o filme não dê certo, pelo menos será uma boa conclusão para o MonsterVerse, já que tudo nos três primeiros filmes apontava para o embate entre Godzilla e Kong como o clímax da história que vem sendo contada.

World of Godzilla

Independente disso, a Toho já tem planos para novos filmes do Godzilla sem relação com o MonsterVerse. Sim, o MonsterVerse ainda nem acabou, e um novo universo compartilhado de kaijus na linha do Universo Cinematográfico Marvel já está a caminho no Japão, com o nome provisório de World of Godzilla! Será que dois universos compartilhados de monstros gigantes da Toho irão concorrer entre si?

King Kong versus Godzilla Poster

Sua Vez!

E você, também está na expectativa pelo lançamento de Godzilla vs. Kong? Já viu algum filme do MonsterVerse? Gosta desse tipo de filme? Quero saber sua opinião!

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